26/09/2011

O PASSADO NO PRESENTE


O Programa de Educação Patrimonial coordenado por Angela Sperb e Patrícia Hansen, do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental de Picada Café, no Rio Grande do Sul, continua a nos proporcionar excelentes exemplos de como escola, museu e comunidade podem integrar-se para criar ações que valorizam a memória coletiva de um povo na formação de sua identidade cidadã.
O Museu de Rua, programa que teve início em 2004, com amplo envolvimento de escolas, professores, alunos e comunidade, chegou este mês de setembro à sua décima-primeira edição.
Nas dez edições anteriores, as temáticas, definidas junto com os professores das duas escolas municipais locais, foram: Histórias de Família; Histórias de Escolas; Máquinas e Ferramentas Agrícolas; Festas em Picada Café; Profissões; Jogos e Brinquedos Infantis; Cada Casa, uma história; Higiene e Alimentação; Fé e Religiosidade; e, Cantos e Recantos de Picada Café.
“Caçadores de Tesouros”, a temática da XI edição, foi bastante aberta, resultando em várias exposições temporárias, em diferentes pontos da cidade.
Vejam abaixo alguns exemplos, que podem servir de ponto de partida e/ou estímulo para inúmeras outras atividades de cooperação museu-escola.
FOTOS DE FAMÍLIA – a profa. Andréa Schneider e os alunos de Educação Infantil da Escola Santa Joana escolheram a família como seu maior tesouro. Vasculharam “guardados” familiares e montaram uma interessante exposição de fotos, que ocupou a Agência dos Correios local.
OBJETOS DE ESCOLA – Que objetos faziam parte do cotidiano escolar dos alunos de antigamente? O segundo ano da Escola Santa Joana, com as profas. Daniela Khun e Ana Débora Kintschner, recolheram “tesouros” da escola do passado, quando lousas faziam a vez de cadernos; sacolas de pano ocupavam o lugar das mochilas, etc. Ouviram ainda os relatos de avós e pessoas de idade sobre como eram as escolas que eles, quando crianças e jovens, frequentaram. Local: Recepção Sugarshoes.
LIVROS INFANTIS – O que liam nossos avós e pais?, alunos do 3º. ano da Escola Santa Joana se perguntaram, e saíram, com a profa.Vivian Metz, à procura de respostas. Resultado: inúmeros livros expostos na cafeteria do Museu do Açougue, em baú especialmente construído para a ocasião pelo pai do aluno Eric.
MOEDAS – Os alunos do 5º. ano, com a profa. Rejane Holz Ternus, fizeram o levantamento e catalogação de moedas e cédulas brasileiras, e descobriram a história e as mudanças pelas quais passou a moeda brasileira. Local: Cooperativa SICREDI.
LEMBRANÇAS DE FORMATURA – Uma caçada aos convites, camisetas, fotos de formatura do ensino fundamental, pelos alunos da 8ª. série da Escola Santa Joana, que preparam também a sua própria formatura. – O que mudou? Trajes, costumes, hábitos, etc. O que observaram e concluiram foi exposto na Escola 25 de Julho.
CAIXINHAS DE MÚSICA – alunos do 5º. ano da Escola 25 de Julho, coordenados pela profa. Daniela Flores de Lima, levantaram os tesouros afetivos, emocionais e musicais contidos nas caixinhas de música. Local: Banco do Brasil.
OBJETOS DE FAMÍLIA – alunos do 6º. ano da Escola 25 de Julho, integraram português (profa. Sandra W. de Oliveira), história (profa. Sandra de Luz), e educação artística (profa. Deise Schefflel). Através da “caça” a objetos de família, criaram sua própria relação com a ideia de patrimônio, com respeito às diferenças, e expuseram suas conclusões em textos descritivos ou narrativos, e em desenhos dos objetos. Local: Escola Santa Joana.
LIVROS AUTOGRAFADOS – livros autografados por escritores que já participaram da Feira de Livros de Picada Café; ao todo, 243 exemplares. Alunos de 6ª. a 8ª. séries da Escola Santa Joana. Profas. Deise Wolf Roese e Márcia Hoffmann Rollof. Local: Supermercado Piá.
MEMÓRIAS DA 2ª. GUERRA –. Alunos da 8ª. série da Escola Santa Joana, com a professora de história, Sandra da Luz, recuperaram narrativas sobre a 2ª. Grande Guerra, parte da memória oral de pessoas da comunidade. O objetivo foi levar à percepção de que a história, como memória coletiva, ultrapassa o entendimento e as explicações de livros e documentos oficiais. Local: Sindicato dos Trabalhadores na Indústria de Calçados e Vestuário de Picada Café.
CAÇADORES DE MEMÓRIAS – Alunos do 6º. ano da Escola Santa Joana, coordenados pela profa. Sandra de Oliveira, lembraram fatos importantes em suas próprias vidas e nas vidas de pessoas relevantes para eles, produzindo, a partir daí, textos em que expressam suas ideias, emoções e pensamentos. Local: Escola Santa Joana.
Nós aqui somos fãs de carteirinha desse significativo trabalho desenvolvido por Patrícia Hensen (que coordenou este XI Museu de Rua) e Angela Sperb.

20/09/2011

PRIMAVERA DOS MUSEUS EM OURO PRETO

O Ecomuseu da Serra de Ouro Preto - Núcleo Morro São Sebastião está participando da 5a. Primavera de Museus, que este ano tem como tema Mulheres, Museus e Memória.

A programação, desenvolvida pela equipe do Núcleo, está muito diversificada e interessante. Leiam abaixo e, quem tiver a sorte de estar por lá, participe.

21 e 22 de setembro – 4ª  e 5ª  feiras – 13h às 16h
OFICINA E EXPOSIÇÃO - Bolsas: aplique e bordado
com Tião Costa  e Ana  Paula
Espaço Cultural Cores, Flores e Sabores                                            
Público alvo: comunidades do Ecomuseu                                                
Inscrição: R$10,00
Vagas: 15

23 de setembro – 6ª feira           
EXPOSIÇÃO DE FOTOGRAFIAS - 16h22
As Andorinhas e o São João
Homenagem à chegada da Primavera                                                
Antônio Laia
Bar São João (Bar do Baú) Morro São João

24 de setembro a 8 de outubro
EXPOSIÇÃO: Desenhar ainda é desenhar - 11h às 19h 
Trabalhos feitos pelos alunos do IFMG/OP
Disciplina de Arte – professores Haroldo Paiva e Frederico Lamounier
Espaço Cultural Cores, Flores e Sabores 

24 de setembro – sábado                                                                    
Eleição da logomarca do Ecomuseu
15h às 23h  - Núcleo São Sebastião
Organização: Tião Costa                                                                                   
Espaço Cultural Cores, Flores e Sabores  

Espaço Cultural Cores, Flores e Sabores        
Desfile com Arte
Organização de Vanilda, Ana, Aninha  e Bárbara
Homenagem coletiva às mulheres                  
Haroldo Paiva

25 de setembro – domingo
Distribuição de sementes de Ipê, Pau-brasil e mudas de plantas variadas.
Bar e Espaço Cultural Cores, Flores e Sabores                                 
A partir das 14h                                                                                     
Música ao Vivo com  o grupo Vira –Saia
(Couvert artístico.)                 

EXPOSIÇÃO DE ARTESANATO – CULTURA VIVA
EXPOSIÇÃO DE PLANTAS KALANCHOE
imagesde origem africana, é conhecida como flor da fortuna
        
Participação geral  - Equipe do Programa Ecomuseu da Serra de OP – Museologia/Ufop






11/09/2011

RETORNO

Bem, férias, viagens e outros afazeres nos afastaram do blog por tempo considerável. Aos poucos, vamos retornando.

Aguardem por notícias da viagem que Yára fez pela Europa. Ao lado de amigas de ecomuseus nacionais e de Hugh de Varine, Yára visitou ecomuseus europeus e trocou ideias com seus coordenadores e comunidades. Voltou encantada, entusiasmada e com muitas ideias na cabeça.

Duas notícias recentes:

O bairro carioca de Santa Cruz está completando 444 anos. No Centro Cultural que abriga o Ecomuseu de Santa Cruz e o NOPH, haverá um Sarau Cultural  em que poetas, artistas, músicos, atores, professores e alunos do bairro irão se apresentar. Aguardamos detalhes para convidá-los a prestigiar o evento.

Eráclito Pereira também enviou e-mail para nós sobre a mobilização em defesa do patrimônio cultural da cidade de Santo Ângelo. É que, na surdina, durante a noite, foi derrubado um prédio histórico da cidade, que não tem legislação que proteja a memória e o patrimônio local.

Diz o texto de carta enviada aos vereadores locais:
  
"... tomamos conhecimento de que alguns prédios históricos de nossa cidade e que contam grande parte de nossa caminhada desde o período jesuítico, estão por serem vendidos, demolidos, sem o menor critério, em nome de interesses particulares que são postos acima do bem social e coletivo. Como aconteceu no último final de semana com o sobrado contruído em 1924, localizado na esquina das ruas Florêncio de Abreu e Antônio Manoel. [...] Enquanto a administração municipal tenta reconstruir o passado das reduções através da revitalização da praça Pinheiro Machado e das escavações arqueológicas, vemos prédios históricos serem demolidos, uma enorme contradição. [...] Indignados com o que vem ocorrendo no município em relação à falta de proteção aos nossos bens histórico-culturais materiais, manifestamos através desta carta aberta nossa exigência pela aprovação da lei de proteção patrimonial!"

Concordamos, apoiamos e assinamos.